A MMF continua sendo o tipo de fibra dominante usado em redes locais (LANs) e data centers (DCs), uma vez que quase sempre resulta no menor custo de enlace (definido como o custo da fibra, conectividade e transceptores ópticos) para distâncias curtas. Mas já se foi o tempo que OM1 e OM2 aproveitavam a maioria das implantações. Hoje, quem dita as regras são as fibras de largura de banda mais alta, como OM3 e OM4. E, recentemente, a OM5 se juntou à festa. Para entender as circunstâncias em que a OM5 nasceu, é necessário entender algumas coisas sobre transceptores ópticos e os padrões que os regem.
Primeiro, precisamos entender a distinção entre transceptores compatíveis com o padrão e transceptores proprietários. Quando falamos sobre transceptores compatíveis com os padrões em um contexto Ethernet, estamos falando sobre orientação de transmissão e recepção ópticas que foram ratificadas como parte de um padrão Ethernet IEEE 802.3. Quando falamos sobre transceptores proprietários, estes são transceptores cuja orientação não faz parte do padrão IEEE, seja porque a tecnologia dependente do meio físico (do inglês PMD) proposta não obteve votos de membros suficientes para ser incluída no padrão, ou porque o transceptor utiliza uma tecnologia que nunca foi oferecida para se tornar parte de um padrão aberto da indústria. É importante fazer essa distinção entre transceptores compatíveis com os padrões IEEE e transceptores proprietários, porque nos últimos anos vimos uma proliferação dos tipos de transceptores disponíveis no mercado, muitos dos quais são projetos proprietários.
No universo da Ethernet de 1G a 100G, todos os transceptores multimodo compatíveis com os padrões têm uma coisa em comum: eles utilizam lasers de emissão de superfície de cavidade vertical (do inglês VCSELs), que operam no comprimento de onda de 850 nm. Quando os VCSELs começaram a se tornar disponíveis comercialmente, eles foram projetados para produzir luz a 850 nm, que era um dos comprimentos de onda de operação especificados da MMF. Como os VCSELs operavam em 850 nm, as melhorias subsequentes no projeto e na fabricação de fibras MMF concentraram-se na otimização da largura de banda da fibra em 850 nm. Por exemplo, quando a fibra OM4 foi apresentada, ela ofereceu melhorias de largura de banda significativas em relação à OM3 em 850 nm, com a OM4 oferecendo 4700 MHz/km de largura de banda modal efetiva (do inglês EMB) em 850 nm, em comparação com os 2.000 MHz/km fornecidos pela OM3.
A segunda coisa a saber sobre os transceptores multimodo é o conceito de transmissão paralela, que algumas pessoas chamam de óptica paralela. Para velocidades Ethernet de 1G, 10G e 25G, os transceptores multimodo utilizam duas fibras, com uma transportando o sinal de transmissão e outra transportando o sinal de recepção. Isso geralmente é conhecido como transmissão serial e, como esses são dispositivos de 2 fibras, a interface do conector no transceptor é o conector LC duplex. No entanto, com a adoção do padrão Ethernet 802.3ba 40G em 2010, o conceito de óptica paralela foi apresentado. No caso do transceptor 40GBASE-SR4, temos quatro fibras em paralelo, cada uma transmitindo 10G por fibra, e outras quatro fibras recebendo 10G por fibra cada uma. Portanto, esses transceptores exigem oito fibras para um único canal e, como resultado, o conector multifibra MTP® é a interface definida para o transceptor. Uma das principais características dos transceptores ópticos paralelos, como o 40GBASE-SR4, é que, uma vez que as fibras individuais estão transportando um sinal 10G, uma única porta MTP 40G em um switch pode ser dividida em quatro portas LC duplex 10GBASE-SR, o que normalmente resulta em economia significativa de custos de energia por porta e maior densidade de porta de switch. Com este tipo de divisão, uma placa de linha com portas de 32 x 40G pode ser dividida em canais de 128 x 10G. Para gerentes de rede que precisam da funcionalidade de divisão de porta e distâncias de 40G além dos 150 m suportados pelo transceptor 40GBASE-SR4, um transceptor de alcance estendido proprietário, o eSR4, também foi apresentado.